quarta-feira, 7 de março de 2007

Passeata

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Dia: 10 de Março de 2007 (Sábado)
Local: Rua João Vicente com Henrique de Melo.
Bairro: Oswaldo Cruz - Rio de Janeiro
Horário da Saída: 15 horas.


Compareça e leve sua família, essa luta é todos.

Carlos Santiago - Pai de Gabriela.

Gabriela Sou da Paz
http://www.gabrielasoudapaz.org
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"Hoje não temos mais a opção entre violência e não-violência.

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Lições para a humanidade

Leila Chahid

A realidade é muito dura. No entanto acredito que precisamos acompanhar todos aqueles que, na Palestina e em Israel, lutam diariamente pela paz, para conseguir reter o nosso amor ao próximo e para perceber que, apesar da profunda dor, também há muita força, muito potencial, muita confiança em um futuro comum.

Quero falar da população civil, pois se fala demais dos atores políticos que estão diariamente nas manchetes de todas as revistas. Os verdadeiros heróis da Palestina estão no povo palestino. A população civil da Palestina, os homens e as mulheres, vivenciaram a desintegração de seu país, no ano de 1948, com imenso trauma.
Apesar das famílias estarem espalhadas — algumas vivendo na Arábia Saudita, outras na Austrália ou na Europa e tantas outras viveram sob ocupação militar, ocorreu um processo de aprendizado. Apesar da guerra, apesar da ocupação, apesar do exílio, aprendeu-se a reconhecer o valor do outro. Mulheres, às vezes analfabetas ou com pouquíssima instrução, tem filhos condenados ou sendo torturados nas prisões, sem meios para se defender — a não ser pela coragem de advogadas e advogados israelenses que os defendem (são tribunais militares, onde advogados palestinos não podem ou não querem aceitar processos...). O encontro das mães com esses advogados e advogadas resume milhares de discursos sobre o respeito para com o próximo, sobre a possibilidade de existir uma base comum entre palestinos e israelenses — muito além das suas diferenças nacionais.
Existe real confiança na força não militar.

Eu lhes asseguro que a maior resistência palestina não vem daqueles com metralhadoras Kalaschnikow ou daqueles que se tornam kamikazes. Vem daqueles que continuam vestindo as filhas com aventais listrados e colocando fitas grandes em seus cabelos, antes de mandá-las para a escola, desviando das barreiras. Vem também dos professores que, dia após dia, atravessam a pé os vales, para continuar ensinando os estudantes nas universidades.

Imaginem que, mesmo durante a situação de ocupação, como temos atualmente — todas as cidades estão ocupadas — todas as escolas, colégios e universidades continuam funcionando.

Também vem dos médicos que, após os atentados e bombardeios, imediatamente socorrem os feridos. Esta é a maior força de resistência da sociedade palestina.

Quero lhes dizer como estou comovida de poder estar de baixo deste carvalho, pois existe um carvalho de 1500 anos no terreno dos meus avós, na Palestina. Esta árvore está prestes a morrer. Peço à comunidade mundial que abrace os palestinos, assim como os israelenses que estão dispostos a permitir que o carvalho torne a viver.
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Fonte: O artigo foi extraído do discurso feito pela autora (representante da OLP na França) no colóquio ‘Dar Alma à Globalização’ em Fez, no Marrocos.

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Logotipo da Campanha Contra a Violência

‘Há grande indignação, mas pouca reação’

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Alan Gripp

Desde que presidiu a CPI da Exploração Sexual Infantil, em 2004, a senadora Patrícia Saboya Gomes (PSB-CE) passou a militar no combate ao crime. A ponto de jogar para escanteio a fidelidade partidária e criticar duramente a atuação do governo Lula. Ela diz que o combate à prostituição de crianças e adolescentes não é uma prioridade e conta que, na tentativa de sensibilizar o presidente, mostrou fotos de pedofilia com bebês para o seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho. De nada adiantou, afirma. A solução para o problema, segundo a senadora, está numa campanha internacional para retirar o Brasil da lista dos destinos preferidos para o turismo sexual.

Por que a exploração sexual no Brasil só cresce?
PATRÍCIA SABOYA: Porque não é um assunto que tenha prioridade, em todas as esferas de governo, seja federal, estadual ou municipal. Apesar de haver um avanço no debate sobre o assunto, não há ações efetivas de combate. Vejo casos de grande indignação, mas que produzem pouca reação. Outro problema gravíssimo é a falta de punição. Aqui e ali acontece um caso de punição.

O que falta?
PATRÍCIA: A única coisa que se faz hoje no Brasil é o programa Sentinela (do governo federal), que atende a vítimas. É preciso agir antes. Também não precisamos mais de pesquisa. Em Fortaleza, falta pôr uma cadeia ali na beira-mar e reprimir. Os governos precisam ser ousados.

O que leva uma criança a vender seu corpo por R$ 1,99?
PATRÍCIA: Muitas crianças não têm discernimento. Está banalizado, as crianças vêem como uma prática comum. Começa em casa. É como a criança da favela que tem como sonho ser bandido. É a referência dela e a ordem natural das coisas. Além das questões socioeconômicas: o sexo na infância no Brasil está relacionado à pobreza e à exclusão social.

Durante a CPI, o que a senhora viu de mais degradante?
PATRÍCIA: Foi um caso de abuso sexual em Mato Grosso. Uma mulher que tinha uma filha de 10 anos e um vereador como amante. Ele pediu a ela, como prova de amor, que lhe desse a filha para fazer sexo. Essa criança foi três vezes a um motel com o amante, entrava no porta-mala do carro. Na terceira ida, ela teve relações sexuais com a mãe presente. Depois disso, a menina foi amante do vereador até os 13 anos. E começou a pedir novas provas de amor para ela: as irmãs mais novas. A mãe foi denunciada por nós.

Por que o problema é mais grave no Nordeste?
PATRÍCIA: Não acho mais grave, talvez seja mais aparente por causa do turismo. O maior problema é que em todo o Brasil a capacidade da reação é baixa. As pessoas ficam indignadas quando vêem matérias como as do GLOBO ou vêem fotos. Cai a ficha, mas isso dura poucos minutos. Vida que segue.

A CPI revelou uma situação pior do que a imaginada?
PATRÍCIA: Essa CPI mudou muito a minha vida. Estou ficando revoltada, estou descrente de determinadas coisas. No Congresso, a gente briga por coisas tão pequenas. Minha cidade infestada de gente que vem do outro lado do mundo em busca das nossas meninas. Não dá mais para tolerar: essas pessoas têm que ser presas. Se você vai para os Estados Unidos, fica preso sem comunicação se a imigração desconfiar da cor da sua pele.

Como o Brasil deixará de ser um paraíso do turismo sexual?
PATRÍCIA: O Brasil precisa escolher o caminho que quer seguir. Temos uma grande vocação para o turismo, uma das mais justas e melhores formas de distribuir renda. Mas temos que dizer aos turistas: nós queremos muito que vocês venham, mas se descumprirem a lei vão ver o sol nascer quadrado.

O que a senhora disse ao presidente quando presidia a CPI?
PATRÍCIA: Tive uma conversa com ele quando voltávamos num vôo do Ceará. Contei das dificuldades que enfrentávamos para que a Polícia Federal investigasse as denúncias recebidas pela CPI. Ele demostrou saber exatamente o que estava dizendo, tem muita sensibilidade. Mas deixou claro que não é uma prioridade do governo dele.

É verdade que a senhora mostrou fotos de pedófilos ao presidente?
PATRÍCIA: Mostrei ao seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho. Eram fotos de pedofilia na internet, algumas com bebês. Eu disse: “Eu quero que vocês vejam isso, porque eu não agüento mais ficar batendo em porta de ministro, implorando para que me escutem”. Ele ficou completamente chocado, quem viu aquelas fotos ficou chocado. Mostrei também ao Aloizio Mercadante (líder do governo no Senado) e ao Márcio Thomaz Bastos (ministro da Justiça). Pensei que a partir dali iríamos desencadear uma operação permanente de combate à exploração sexual.

E o que aconteceu?
PATRÍCIA: Nada. Nunca tive retorno. Tenho profunda admiração por eles, falei com eles novamente na semana passada, mas nada. A admiração acaba diminuindo. Isso não é para mim, é para essa garotada. Ninguém está nem aí. A verdade é essa. E as meninas continuam lá...

A senhora tem alguma esperança de mudança?
PATRÍCIA: O fato de a imprensa me ouvir me deixa um pouco otimista. Também me sensibiliza o trabalho do terceiro setor. Se fosse governante, daria o dinheiro para ele. Por que o governo é frio, trata crianças como números. Temos que tratar cada criança como se fosse um filho. É difícil, as pessoas têm milhões de problemas, lutam para sobreviver, mas a situação chegou no limite.

Campanha Nacional de combate a pedofilia na internet

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Pedofili@

As leis contra crimes na internet são brandas e a polícia não consegue prender os criminosos. É você quem tem de ajudar seu filho a se proteger contra a rede mundial depedofilia. Prepare-se para agir nesta guerra de forma inteligente

Patrícia Zaidan | Foto Carlos Cubi

O suicídio do estudante carioca Vítor Pereira de Lima, 17 anos, que se desesperou diante dos policiais que apreendiam seu computador cheio de imagens de pornografia infantil, faz refletir sobre algo que está muito perto de nós: a íntima relação que crianças e adolescentes desenvolvem com os conteúdos proibidos que a internet escancara. Pelo fato de correr em segredo de Justiça, não se conhece a extensão do caso de Vítor, rastreado pela Polícia Federal na operação Azahar, deflagrada simultaneamente em 25 países para coibir a pedofilia na rede. Ele poderia não ser um pedófilo. E certamente não era o único garoto envolvido com o assunto. Em fevereiro, quando Vítor se atirou da janela do sexto andar, o Ibope/NetRatings constatou que 1,3 milhão de brasileiros de 6 a 11 anos ligaram o computador. A média de permanência na rede foi de 9 horas e 53 minutos, tempo que cresceu 16% em relação ao mesmo mês de 2005. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, 2,4 milhões no total, a média ficou em 38 horas e 17 minutos, com aumento de 33%. As preferências deles: jogos, mensagens instantâneas, fotoblogs e o Orkut, que abriga inúmeras comunidades pedófilas. Enquanto você lê esta reportagem, há milhares de jovens passeando por elas. Os garotos que recebem imagens de sexo com crianças costumam repassá-las para os amigos sem saber que o envio é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente com pena de até quatro anos de reclusão. Muitas crianças fazem uso do material para satisfazer a curiosidade e se experimentar no campo da sexualidade, o que os especialistas não consideram uma perversão, embora represente riscos. Para proteger os filhos, os pais precisam conhecer esse universo e seus desdobramentos, que vão além da página policial e têm a ver com ética, cidadania e equilíbrio emocional.

A IMPUNIDADE

O anonimato dos internautas e a velocidade das informações transformaram a rede no paraíso da pedofilia. Segundo o técnico em informática Anderson Miranda, no mundo existem 6,2 mil sites ligados ao tema. Cada um contém, em média, 900 fotos e 300 vídeos, o que alimenta o mercado do sexo virtual. "Muitas imagens são trocadas gratuitamente, mas os colecionadores querem raridades e pagam às máfias 100 dólares por uma foto e mil dólares por um vídeo inédito." Miranda e a mulher, a advogada Roseane, criaram o site Censura para orientar pais e colaborar no combate ao crime. De dezembro a fevereiro, o www.censura.com.br recebeu 720 denúncias, que foram encaminhadas ao Departamento de Polícia Federal, em Brasília. "Fazemos esse trabalho há oito anos, mas nunca vimos a condenação de um único suspeito", diz ele. Onias Tavares de Lima, diretor do Núcleo de Perícias de Crime de Informática da polícia paulista, responsabiliza os provedores de acesso à internet pela impunidade. "Essas empresas não têm boa vontade e atrapalham a investigação", afirma. "Como não há uma lei que obrigue o provedor a abrir o cadastro dos clientes, os policiais procuram um pedófilo como quem busca uma agulha no palheiro." O delegado Adauto Martins, coordenador da Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, explica: "Temos que pedir ajuda ao Ministério Público e à Justiça para que o provedor revele o endereço de conexão. Muitas vezes, porém, não o localizamos, porque a identificação de um computador pode mudar no momento em que ele é religado". Para virar o jogo, Anderson e Roseane fazem um abaixo-assinado.

Meninos de Rua do Brasil

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MENINOS DE RUA DO BRASIL
Sarah de Carvalho
Editora Betânia



Você abandonaria uma carreira de sucesso para dedicar-se a um trabalho difícil e perigoso em outro país? Trocaria o brilho dos refletores do cinema e da TV pelo lado sombrio das favelas e ruas brasileiras?

Sarah de Carvalho não teve outra escolha. Movida pelo chamado de Deus, deixou seu emprego na TV britânica e veio para o Brasil trabalhar com crianças de rua.

Acompanhe sua luta para devolver aos meninos e meninas que vivem nas ruas das grandes cidades brasileiras o direito de serem crianças felizes.

Por que crianças vão morar nas ruas?

A maioria delas estão fugindo de lares insuportáveis e situações familiares difíceis nas periferias das principais cidades. A maioria delas tem um passado desesperador. Lares destroçados, pais alcoólicos, oito ou mais pessoas morando em um cômodo são algumas facetas da mais dura realidade. Não é incomum ver garotas de 13 anos grávidas.

O abuso físico, sexual e emocional paterno e materno ou até mesmo de parentes próximos ocorre com freqüência - estes também estão vivendo em constante pressão devido à falta de dinheiro e a desesperança de um futuro desanimador. Elas também vão para as ruas para ajudarem no orçamento familiar (vendendo balas ou praticando mendicância) e acabam se envolvendo com a dinâmica da rua e iniciam um trajetória de vida nas ruas.
Mas em alguns países, devido a guerras e enchentes, não há nem mesmo uma família a quem recorrer. Estes órfãos não têm nenhuma outra alternativa senão as ruas.

Quem são estas crianças?

Quando nos referimos a crianças de rua nós estamos pensando nos 'meninos na rua' do Brasil, nos 'gamins' na Colombia ou nos 'pelons' no México. Eles vivem nas ruas e têm nenhum ou pouco contato com a família. Estas crianças não trabalham e geralmente usam drogas. Eles diferem de outras crianças que passam a maior parte do dia e parte da noite nas ruas, mas retornam para casa para dormir e ver a família regularmente.

Centenas de milhares de crianças vivem nas ruas das principais cidades do Brasil (algumas estimativas indicam que há 200 mil crianças nesta situação). Estas crianças são escravizadas em um perigoso mundo de drogas (solventes, cocaína, crack, maconha) e prostituição desde os 12 anos de idade.

A sobrevivência deles consiste em roubar para garantir a subsistência e dormir em qualquer lugar que puderem - debaixo de viadutos ou marquises, vivendo sob a constante ameaça de grupos de extermínio, traficantes de drogas e doenças.

Como será o mundo em 2015

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se os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) forem alcançados? Mais de 500 milhões de pessoas serão removidas da extrema pobreza. Mais de 300 milhões não sofrerão mais de fome. Haverá também um progresso dramático na saúde infantil. Ao invés de morrerem antes dos cinco anos de idade, 30 milhões de crianças serão salvas. Bem como as vidas de mais de 2 milhões de mães.

Há mais. Atingir os objetivos significará que 350 milhões de pessoas passarão a ter acesso a água potável segura e 650 milhões passarão a usufruir dos benefícios do saneamento básico, o que permitirá que vivam com mais saúde e dignidade. Centenas de milhões de mulheres e meninas a mais passarão a freqüentar a escola, terão acesso a oportunidades econômicas e políticas, e terão mais proteção e segurança. Por trás desses números imensos estão as vidas e a esperança das pessoas que buscam novas oportunidades de acabar com a pesada carga da pobreza e de contribuir para o crescimento e renovação econômica.

Os ODM constituem as metas de redução da pobreza mais amplamente apoiadas, mais abrangentes e mais específicas que o mundo já estabeleceu, por isso sua importância é múltipla. Para o sistema político internacional, constituem a estrutura que sustenta a política de desenvolvimento. Para mais de um bilhão de pessoas que vivem na extrema pobreza, representam os meios para uma vida produtiva. Para todo o planeta, constituem o pivô para um mundo mais seguro e pacífico.

Atingir os objetivos depende, em grande parte, de investimentos essenciais em infra-estrutura e capital humano que permitam aos pobres participar da economia global, ao mesmo tempo empoderando os indivíduos carentes com direitos econômicos, políticos sociais que permitirá usufruírem plenamente da infra-estrutura e do capital humano, onde quer que escolham viver.

O envolvimento e a participação da sociedade civil são essenciais para uma governança eficaz, por dar destaque a atores importantes, assegurar a relevância dos investimentos públicos, conduzirem a decisões que melhor atendam às necessidades das pessoas, bem como fiscalizar a formulação e a implementação das políticas governamentais.

Para atingir os objetivos, os governos devem trabalhar ativamente com todos os segmentos, particularmente com as organizações da sociedade civil e o setor privado. As organizações da sociedade civil podem ajudar a formular estratégias nacionais, prestar serviços, defender direitos humanos e supervisionar o governo no combate à corrupção e à má gestão. O setor privado é o lugar para a criação de empregos e crescimento de longo prazo da renda.